domingo, junho 13, 2010

Os ventos a favor da Copa

Enquanto a maioria dos natalenses se unirá aos milhões de brasileiros que formavam um só grupo que acompanhava a abertura da Copa do Mundo 2010 em campo sul-africano, um grupo de autoridades, empresários e investidores estavam reunidos no Sehrs Natal Grand Hotel, em Natal, no 2º Fórum Nacional Eólico – Carta dos Ventos. À primeira vista, não fosse a característica comum de reunião de brasileiros e estrangeiros – guardadas suas distantes proporções, por óbvio –, os temas energia eólica e Copa do Mundo parecem não guardar mais nenhum ponto em comum. Mas os assuntos não apenas se entrelaçam como também podem unir forças para definitivamente destacar o Brasil no cenário mundial. Em tempos de consciência ecológica e de protagonismo internacional do (será sede da Copa do Mundo de 2014, sede das Olimpíadas de 2016 e sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável em 2012 – e hexacampeão da Copa do Mundo de 2010 se depender da torcida canarinha), os bons ventos brasileiros têm tudo para marcar gol no desenvolvimento do mercado de energia eólica e ainda fazer bonito na Copa que acontecerá daqui a 4 anos em solo tupiniquim. Antes mesmo de o Brasil ter sido definido como a sede da Copa de 2014, grupos que idealizam um evento pautado pela sustentabilidade já faziam campanha para que o Brasil faça história como a sede da primeira “Copa do Mundo Verde”, pretendendo transformar os estádios que receberão os jogos em “ecoarenas”. Essa preocupação está em sintonia com exigências que a FIFA passou a adotar desde o mundial da Alemanha, uma série de medidas que compõe o programa Green Goals, uma lista de metas que visam à sustentabilidade do evento pretendendo iniciativas como a utilização de fontes de energia renováveis e oferta de transportes menos poluentes. Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), da ONU, apontou o Brasil como o maior mercado de energia renovável do mundo, representando mais de 90% dos novos investimentos na América Latina. Assim, tudo conspira em favor do Brasil, considerando que o país dispõe dos elementos necessários e suficientes para destacar-se quando os olhos de todo o mundo estiverem diretamente voltados para nós. Dentre as possibilidades de energia renovável, destaca-se a fonte eólica. Estimativas apresentadas pelo Atlas do Potencial Eólico de 2001 (último estudo realizado a respeito) indicam que o Brasil tem um potencial de geração de energia eólica de cerca de 143 mil MW (dados para altura de 50m acima do nível do mar; para alturas superiores a estimativa pode chegar a 250 mil MW). Com tamanho potencial, o investimento em energia eólica ultrapassa a questão da própria geração de energia, representando ainda uma provável alteração do perfil econômico do país e principalmente das regiões envolvidas, já que existem Estados desprovidos de reservas energéticas primárias, sem reservas significativas de gás natural, petróleo, hidráulica e carvão, e sem centros de transformação (refinarias, destilarias e plantas de gás natural). Em contrapartida, são riquíssimos em potencial de exploração de energia eólica. A geração de energia eólica requer a aquisição de equipamentos, de peças, engrenagens, geradores, fios, cabos e outros insumos que acabam criando demanda por produtos específicos, o que por sua vez conduz à instalação de indústrias para fornecer os materiais necessários, que por consequência molda toda uma economia que gravita em torno dos parques eólicos. Se o que a FIFA precisa para concretizar a Copa Verde é a utilização de fontes de energia renováveis e se depender do crescimento e desenvolvimento da exploração eólica brasileira, não há lugar melhor no mundo para a bola rolar em 2014. Com muito trabalho e mão-de-obra especializada, em 2014 o Brasil poderá definitivamente entrar para a história como o primeiro país a dar ao mundo uma Copa Verde e o primeiro a presentear sua torcida com o heptacampeonato. Que o hexa venha em 2010).
Fonte: Site Tribuna do Norte

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