
Movido a propulsão de ar, o aeromóvel se desloca sobre trilhos sem poluir a atmosfera
A PUC-RS promove alterações no currículo do curso de Ciências Econômicas para abordar com profundidade o tema do desenvolvimento sustentável
Uma profunda transformação curricular está mudando o perfil dos economistas formados pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), uma das mais tradicionais escolas de Economia do país. Agora, ao deixarem os bancos da escola e ingressarem no mercado de trabalho, esses jovens profissionais levam consigo um vasto conhecimento sobre a importância da sustentabilidade para o desenvolvimento econômico das nações e do planeta. Essa nova competência está sendo adquirida também graças a uma série de ações conjugadas que priorizam a realização de projetos, pesquisas e produção acadêmica sobre o tema. “Entendemos que é função da universidade empreender projetos que evidenciem a cultura da sustentabilidade”, afirma o economista Leandro Antonio de Lemos, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e coordenador dessa graduação. “E é isso que estamos fazendo".
NOVAS DISCIPLINAS
De acordo com Lemos, duas disciplinas específicas passaram, recentemente, a fazer parte do programa do curso. “Em 2003, introduzimos para os alunos do 4º semestre a matéria economia e meio ambiente. Em 2007 foi criada a disciplina economia da sustentabilidade, oferecida no 7º semestre”, diz ele. Nela, os graduandos estudam as várias dimensões da sustentabilidade e conhecem seus principais indicadores. Desenvolvem projetos que envolvem a questão nas dimensões cultural, de infra-estrutura, ambiental, social e de governança e abordam temas como agricultura familiar, projetos de economia solidária, ressurgência social (mecanismos de organização local em que comunidades carentes produzem ações para desenvolver a própria economia) e integração entre sociedade civil e governos locais.
Além dessas duas novas cadeiras, os alunos passaram a interagir, a partir do início da graduação, com disciplinas que, de uma forma ou de outra, também tratam desse tema. Na cadeira desenvolvimento social, do 1º semestre, os futuros economistas fazem uma análise da dimensão social e política do desenvolvimento e seus reflexos sobre o trabalho, a organização, a cultura e o meio ambiente. Já na disciplina estratégias de desenvolvimento local, os alunos precisam elaborar um projeto que vise ao crescimento da economia (de preferência, a gaúcha), considerando os aspectos da sustentabilidade. As competências do desenvolvimento sustentável estenderam-se, também, à pós-graduação. O curso de mestrado em Desenvolvimento Econômico tem várias disciplinas específicas sobre crescimento econômico e meio ambiente e, a partir de 2008, a PUC- RS oferecerá uma especialização em Gestão Econômica Ambiental.
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Essas mudanças no projeto pedagógico do curso, explica o professor Lemos, foram impulsionadas, em parte, pelas graves alterações climáticas ocorridas no Rio Grande do Sul nos últimos anos, que trouxeram seguidos prejuízos à economia local. “No nosso estado, temos uma marcante mudança de clima, que vem provocando impactos terríveis no campo e na camada de ozônio. O maior buraco sobre o Brasil está no Rio Grande do Sul”, explica o economista. “Os professores, bem como os estudantes, foram determinantes nesse processo de mudança curricular. Muitos temas novos de investigação foram trazidos por nossos alunos”, ressalta.
Os resultados não demoraram a aparecer. Até meados de 2007, 12 monografias de fim de curso já haviam sido concluídas tendo como tema o desenvolvimento sustentável. Nelas, os alunos de graduação discutiram assuntos tão diversos quanto a importância da reciclagem de lixo para a geração de trabalho e renda, a necessidade de gestão de recursos hídricos e a relevância das políticas ambientais no Brasil e nos países em desenvolvimento. “Num curso como o nosso, é muito importante estarmos atentos à questão da sustentabilidade”, afirma Rodrigo Salvato de As sis, de 21 anos, aluno do 6o semestre de Ciências Econômicas. “Quando pensamos na viabilidade econômica de um projeto qualquer, não podemos nos esquecer de analisar os aspectos sociais e ambientais envolvidos. Só assim garantimos que ele não trará prejuízos à comunidade ou ao planeta”, diz ele.
A produção acadêmica não parou na graduação. Foram elaborados também cinco projetos de pesquisa e quatro dissertações de mestrado.
AEROMÓVEL
Além da inovação curricular, a PUC-RS iniciou, em janeiro de 2007, um projeto batizado de “Aeromóvel”. O objetivo é desenvolver um modelo inovador de veículo sobre trilhos movido a propulsão a ar, que seja viável técnica, econômica e ambientalmente. Entre os benefícios estão a não geração de ruído e de poluentes atmosféricos, a redução do custo de transporte e a melhora na eficiência do sistema de trânsito dos centros urbanos. O projeto, apoiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, prevê, numa primeira fase, a construção de um veículo-conceito para cerca de 50 ocupantes e do protótipo de uma via de aço, com extensão mínima de 150 metros.
O trabalho deve ser concluído no fim de 2008 e está sendo executado em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Responsável pelo estudo de viabilidade, a PUC-RS também foi escolhida para receber os trilhos experimentais que serão utilizados para deslocamento do aeromóvel. O projeto conta com a participação de professores e alunos dos cursos de Ciências Econômicas, engenharias Civil, Mecânica, Química e Elétrica, Arquitetura e Urbanismo e Administração.
VENCEDOR: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC-RS
PROJETO: Seja qual for o seu motivo, faça um mundo com mais economia
Fonte: Site Planeta Sustentável!
Nenhum comentário:
Postar um comentário